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A.M.E. Entrevista Asafe Luz

Ahhh! O fantástico universo amazônico, cheio de seres mágicos, criaturas sonoras e entidades místicas. Florestas vivas, com sonoridades estonteantes e de impressionantes formas e variedades. E mais uma vez explorando as brenhas dessas matas, fomos em busca de mais um artista local. Desta vez encontramos Asafe Luz, o mais votado dentre os DJ locais, para participar do Ritual Kirtan, que trará o live Penumbra, no dia 11/02/2017, com sua maravilhosa apresentação de cinco horas ininterruptas.

Ritual Kirtan que acontecerá no dia 11/02/2017
Ritual Kirtan que acontecerá no dia 11/02/2017

Asafe que tem apenas 25 anos, reside em Belém do Pará, já participou de diversos eventos na capital, incluindo o conhecido Rock Rio Guamá, conceituado festival musical que acontecia nas beiras do rio Guamá, campus da Universidade Federal do Pará, onde os Apreciadores de Música Eletrônica realizaram um espaço em novembro de 2012, chama de Pista AME. Ele que manda bem nas pick ups e arrisca nas produções musicais, nos fala um pouco de sua carreira e suas inspirações.

Vamos conversar um pouco com Asafe em mais uma entrevista pelo Colunas AME! Enjoy!

A.M.E. – Como se deu sua aproximação com o mundo da música eletrônica?

ASAFE – Em meados de 2009 Tudo começou com a cena mais “main stream” onde ouvi na rádio um estilo de musica que soou no meu ouvido diferente de todas as outras que já havia ouvido, me interessei pelo Som do House Progressivo, mais tarde coloquei na cabeça que iria me aprofundar nos estilos da e-music, migrei pra House, Tech House, Deep House, Techno, DubTechno, Drum and Bass, em ordem quase cronológica de 2008 até 2010, me envolvi na cena de Low bpm e cheguei a tocar numa festa chamada Rock Rio Guamá que aconteceu na UFPA. A partir de 2010/2011 conheci o “High Bpm”, em especial o PsyTrance seguido de Progressive Trance, Full On, Goa, Dark Psychedelic Trance até a atualidade. também era frequentador assíduo dos eventos na cidade das mangueiras. Após tudo isso iniciei um estudo por conta própria e decidi tocar. Minhas Primeiras apresentações tocando “High Bpm” aconteceram em Castanhal, no meu set costumava tocar um mix de Psychedelic Trance, Full On, Goa e até Forest. Guardo na memória essas apresentações por que significaram muito pra mim, a gente recebe uma mensagem muito positiva de todos que estão ao redor, algo motivador e inspirador.

Castanhal - PA (Chácara encantada) 26 Abril 2013
Castanhal – PA (Chácara encantada) 26 Abril 2013

A.M.E. – Como era o cenário local quando começou sua jornada?

ASAFE – Haviam festas em diversos locais de Belém, indo do centro da cidade até os locais mais afastados em alguns municípios da região. A cena acontecia de uma maneira muito positiva, via diversos eventos de diversos núcleos. Tocavam bastante Progressive Trance, Full on, Goa. Nos últimos anos conheci outras festas onde tocavam um som mais dark e noturno. Encontrava bastante pessoas em busca de algo diferente e novo, fiz grandes amizades e pra mim a cena era aquela, mas não costumava encontrar muitas, na verdade quase nem uma até um tempo atrás.

Alien Music - Molecule (ao lado de Matheus Ohana)
Alien Music – Molecule (ao lado de Matheus Ohana)

A.M.E. – Quais artistas do cenário local, nacional e internacional lhe inspiram?

ASAFE – Sempre busquei algo que agradava meus ouvidos, algo que não se encontrava ao meu alance facilmente. Acompanhava pela internet grandes festivais internacionais que ocorriam no verão europeu e até baixava alguns Sets de Lives gravados nesses festivais . Lembro-me perfeitamente que a minha transição do gênero que eu tocava até a atualidade foi Ajja e OnkelDunkel, esses projetos me alavancaram para o que hoje é conhecido como Forest Trance. Conheci grandes projetos brasileiros: Nargun, Elowinz, Hypogeo(ProgDark), todos eles me passaram algo que ia além da música. O que tomo atualmente não somente como inspiração mas referência são artistas como: Tromo, Antonymus, Atrihom, Orestis, TerraTech, Biophotons, e Takeelur. Inclusive recomendo fortemente que ouçam todos os citados (hahaha).

A.M.E. – O que buscas transmitir com seus sets?

ASAFE – Considero o som uma divindade, ou mais que isso, é algo sagrado, onde os antigos já nos ensinavam através dos rituais tribais, festas e outras comemorações, o respeito a essa divindade. Tenho comigo um conceito que busca o significado da musica, espiritualidade e auto-conhecimento. O mantra Ohm e seu significado resume todo esse universo. Procuro tocar o que vai despertar nas pessoas e causar um efeito que traduza esse sentimento que a musica te leva além de toda a matéria existente, levando o público à uma jornada dentro do si.

Árvore da Vida parte 2 - Floresta Amazônica Org
Árvore da Vida parte 2 – Floresta Amazônica Org

A.M.E. – O que você leva em seu case?

ASAFE – Um pequeno fragmento de Forest e Dark Psy. artistas, gravadoras das quais representam bastante a cena nacional e internacional como Grimm Rec., Forestdelic Rec., Parvati Rec. com artistas excepcionais como Atriohm, Archaic, Grapes of Wrath, Farebi Jalebi. Sonic Loom Rec. Sem ficar atrás com Orestis, Biophotons, Metaphyz, Antonymous, Tromo. Tais artistas que hoje tomo como referência. A Insomnia Rec. com Terra Tech, Propagul e Chromatec e Already Maged que são um mar de psicodelia junto com todos citados.

A.M.E. – Você utiliza algum programa para selecionar suas mixagens?

ASAFE – Não costumo utilizar nem um software pra selecionar musicas ou fazer repertório, uma vez que aprendi quase tudo o que sei de mixagens com Softwares como o Virtual DJ e o Traktor. De vez em quando gosto de brincar nas horas livres usando Traktor Pro 2, e Também o FL Studio usado para produção, é o meu favorito!.

Árvore da Vida parte 2 - Floresta Amazônica Org
Árvore da Vida parte 2 – Floresta Amazônica Org

A.M.E. – Qual sua visão do cenário local?

ASAFE – O cenário tem se mostrado promissor, vemos eventos novos trazendo uma oportunidade para o público que gosta de novos conceitos, principalmente nos dois últimos anos. isso é algo bem positivo pois o publico não se limita. Existe um vasto oceano de texturas, sons, ambiências que hoje está acessível ao publico local, também vejo esse fenômeno como uma oportunidade para que os novos artistas, DJs e até futuros produtores ganhem espaço para mostrarem seu trabalho além de unir a cena, tornando ela mais vasta.

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É isso ai, Apreciadores. Conversamos com Asafe Luz, que vai se apresentar no Ritual Kirtan, neste próximo sábado, dia 11/02. Compareçam.c