REVIEW: Modem Festival Pre-Party no BR

Fazia tempo que eu não ficava tão ansioso pra uma festa de final de semana como rolou com essa pre-party do Momento Demento no Brasil.

A expectativa pra finalmente conhecer o projeto Aldeia Outro Mundo era altíssima. Foi minha primeira vez em Lagoinha, distante de São Paulo mais ou menos 190 quilômetros, uma pequena comunidade nos arredores de Taubaté surgida nos caminhos do café da região do Alto Paraíba.

Assim que chegamos por volta de meio dia dei um tempo na pracinha da cidade, o melhor lugar pra observar o movimento e entender um pouquinho que seja do universo comum daquelas pessoas.

O vai e vem de ônibus de turismo levando a malucada era intenso. Imediatamente percebia-se a importância que a organização do Mundo de Oz tem para Lagoinha, envolvendo conscientemente a comunidade de maneira geral (a base sólida) e os visitantes que invadem (no melhor e mais positivo sentido da coisa) a cidadezinha de tempos em tempos.

modem 03 - isabelle furtado e rodrigo pessoa
Foto: Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado

Chegamos na Aldeia pouco depois de 15hs, pegamos (e pagamos) o transporte interno, passamos pelas revistas, tudo sem fila na maior tranquilidade, afinal de contas a festa já tava rolando desde mais cedo.

A pista… Ah, deu gosto de ver aquelas Pure Groove laranjinhas posicionadas num setup extremamente inteligente, utilizando os quatro cantos mais o front pra destilar tamanha nitidez sonora. Segundo a org, é a mesma configuração utilizada em seus festivais. Sente-se fisicamente o som em praticamente qualquer espaço do dancefloor, levando a experiência de proximidade duma caixa de som em exata equalização pra praticamente todos ali. Maravilhoso!

A turma dos estímulos visuais (videomapping em conjunto com a decoração) está de parabéns: a ideia das trompas, a organicidade do palco e os recortes laterais em lycra tensionada pulsando psicodelia ficaram incríveis.

modem 02 - isabelle furtado e rodrigo pessoa
Foto: Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado

A área de alimentação planejada foi bastante satisfatória pro número de pessoas, o bar esteve sempre funcionando a todo vapor tanto nos fundos quanto na lateral esquerda da pista. Banheiros no canto direito sempre funcionando bem também.

O espaço ofertado ao público de maneira geral é muito bem estruturado e distribuído então formou-se uma pista confortável pra maioria, apesar do número (ainda) excessivo de cadeiras.

35701573_2064126893840010_1104092025713590272_o

No line up só os mestres, com momentos de destaque pro DJ Set da Nuky às 19:00h levantando a energia, sequência de Sator ArepoChromatec e Rawar (com a novidade Chromarepo) desde 0:00h até 07:00h, e o sempre sensacional Necropsycho deixando a turma do início do milênio no chão com uma homenagem surreal ao recém-falecido Bansi (dos GMS) repaginando “Lux Aeterna” do compositor Clint Mansell para o filme Requiem For a Dream, a melodia que a dupla imortalizou na lendária faixa “Juice”. Nostálgico. Nuccho faz trance psicodélico com alma e afetividade. Desenvolve com grandeza um ponto mágico da música: a evocação de instantes de plena felicidade. Com certeza um dos momentos mais bonitos que tive a honra de presenciar numa pista de dança.

Passada a emoção, veio o DJ Set do Janczur sempre certeiro, Nargun, a tribalidade hipnótica do Elowinz e foi bonito de se ouvir também Sinapse e os irmãos Lulio. Que tarde!

A área sagrada do chill out ficou pra próxima, infelizmente nem conheci. Quando pensei que fosse descansar não rolou, então ficou impossível depois de certa hora.

Saí de lá cheio de terra na cara e a alma lavada.

“Festão” é pouco demais pra definir.

Fotos: Rodrigo Pessôa e Isabelle A. Furtado

+ registros clique aqui

 

Deixe um comentário